O outro hora eu amo hora eu odeio
O outro consegue me agradar e me desagradar
Pode me por para cima em um minuto e segundos depois me devorar
O outro não sou eu, embora muitas vezes seria mais fácil se fosse
Será?
Conseguiria conviver comigo mesma o tempo todo?
Com todas essas manias defeitos e efeitos?
E sem a imprevisibilidade da alteridade?
O outro me permeia e me transpassa
Mora no coração, mas também na idealização
O que certamente leva a frustração
O outro me alegra e me zanga
Me satisfaz e desfaz
Surpreende e compreende
O outro me convida o tempo todo a crescer, florescer
E podar os galhos velhos e secos da alma
O outro pode subtrair o meu tempo
Mas somente com o outro eu posso multiplicar a experiência do viver
No outro há encontro e desencontros
E com o outro eu dança a musica a vida
O outro me coloca em constante conflito, é certo
Mas sem o outro eu não existo.
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